“Pois a bondade de Deus dura para sempre”. (Salmo 52.1) A bondade de Deus tem a ver com a perfeição de sua natureza. Há uma tão absoluta perfeição na natureza e no ser de Deus que nada lhe falta, nada é defeituoso, nada lhe pode acrescentar para melhorá-lo. Deus é essencialmente bom e todas as criaturas só são boas pela participação e comunicação de sua bondade a elas. Na criatura a bondade é uma qualidade acrescentada, em Deus é sua essência. Deus é eterno e imutavelmente bom, porquanto ele não pode ser menos bom do que é; como não se pode fazer nenhum acréscimo a ele, assim também não se lhe pode fazer nenhuma subtração. Deus é a própria bondade.
Tudo que provém de Deus – seus decretos, criação, leis e providência – só pode ser bom, como está escrito: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” (Gênesis 1.31) Vê-se a bondade de Deus na criação. Quanto mais de perto se estuda a criatura, mais visível se torna a benignidade de seu criador. A começar pela mais elevada criatura da terra, o homem. Temos abundantes motivos para dizer como o salmista: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” (Salmo 139.14) Tudo acerca da estrutura dos nossos corpos atesta a bondade do seu criador. Que mãos apropriadas a realizar a obra a elas confiada! Que bondade do Senhor determinar o sono para restaurar o corpo cansado! Que benévola a sua provisão em dar aos olhos os cílios e sobrancelhas para protegê-los! E assim poderíamos prosseguir indefinidamente.
A bondade de Deus não se limita ao homem; é exercida em favor de todas as suas criaturas. “Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. Abres as mãos e satisfazes de benevolência a todo o vivente.”(Salmo 145.15,16) Volumes inteiros poderiam ser escritos, na verdade têm sido, para discorrer sobre este fato. Sejam as aves do céu, os animais das matas ou os peixes do mar, fez Deus abundante provisão para suprir todas as suas necessidades. Deus “dá alimento a toda a carne, porque a sua misericórdia dura para sempre.” (Salmo 136.25). Verdadeiramente, “a terra está cheia da bondade do Senhor.” (Salmo 33.5)
A bondade de Deus foi mais ilustremente visível quando ele enviou seu Filho “nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4.4,5) Foi então que uma multidão dos exércitos celestiais louvou seu criador e disse: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2.14) No evangelho “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.” (Tito 2.11) Não se pode por em dúvida a bondade de Deus pelo fato de não ter feito ele a todos os seres humanos pecadores objetos de sua graça redentora. Não o fez com os anjos decaídos. Se ele tivesse deixado que todos perecessem, não haveria censura à sua bondade. A quem quer que desafie essa afirmação faríamos lembrar a soberana prerrogativa de nosso Senhor: “Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?” (Mateus 20.15)
A gratidão é o justo retorno exigido por Deus, por isso, agradeçamos sempre ao Senhor pela sua costumeira bondade! “Rendam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!” (Salmo 107.8). Rev. Ronaldo Bandeira Henriques.