Deus disponibilizou a sua Igreja Militante recursos indispensáveis no seu combate contra a força limitada do mal. Um destes recursos é a História que, com todo o seu potencial descritivo, carrega em suas páginas as vitórias e os erros do povo eleito de Deus em sua peregrinação no decurso dos anos. As vitórias e as bênçãos nos dão motivo para louvor e gratidão; por outro lado, esta mesma História nos apresenta sérias advertências sobre pecados individuais e coletivos da Igreja e a necessidade constante de arrependimento. (Atos 3.19)
A Igreja conhece suas marcas através da história, ao mesmo tempo em que a História é escrita pelos atos da Igreja. A igreja não conhece seu passado sem a História e a História não conhece seu Senhor sem a Igreja. Uma relação de necessidade criada por Deus e esquecida pelo homem. Todas as vezes que a Igreja ignorou sua História, ignorou também seu fator controlador comum: a soberania de Deus que se revela no decorrer do tempo. Não se trata de uma relação destituída de significado, controlada por uma força cósmica e impessoal; pelo determinismo, ou por algo misterioso. Antes, a providência divina cuida de todos os detalhes. Deus mostra-se inegavelmente soberano na Igreja e na História, como Senhor de ambas. “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas”. (Romanos 11.36)
Nossa Igreja comemora durante os meses de junho, pela graça divinal, o seu aniversário, lembrando-se de sua História local que consequentemente são pequenos fragmentos de sua História nacional. Um pequeno passo numa longa caminhada. A História da Igreja é a nossa História, mostra-nos quem somos como cristãos e como chegamos até aqui. A Igreja que esquece seu passado esquece-se de si mesma. “Uma Igreja despojada de seu passado é fraca no presente e despreparada para o futuro”. (Michael Green)
É no desejo de desfrutar dos recursos criados e oferecidos por Deus que reconhecemos esta relação de necessidade entre Igreja e História, da qual pretendemos com toda a coerência e bom senso, tirar o máximo proveito, na intenção de que nossos atos narrados pela História sejam modelos bons a serem copiados pelas gerações futuras. Isto porque não devemos, em tempo algum, esquecer que “nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”. (2Corintios 2.15) Rev. Ronaldo Bandeira Henriques.